Treinando o paladar para SOUR.
Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Treinando o paladar para SOUR.
Odimi Toge escreveu: Estava vendo o rótulo de uma Mariage Parfait, que guardo aqui em casa, e vi que ela tem açúcar na composição. Você saberia me responder se esse açúcar foi adicionado pra gerar álcool ou apenas amenizar a acidez?
Odimi, essa questão é meio misteriosa. Se você olhar o rótulo do importador (Bier&Wein), vai ver que consta "açúcar" entre os ingredientes. Agora, se você olhar o rótulo original, por baixo, não há nenhuma menção a "açúcar". A Boon Kriek, essa sim, leva adoçante e açúcar, então é possível que tenha sido um erro de rotulagem do importador. Não sei dizer.
Agora, tem um detalhe interessante sobre a Mariage Parfait, porque ela é uma gueuze um pouco "diferente". O blend dela é composto por 95% de uma cerveja forte e maturada por 3 anos em tonéis, e apenas 5% de lambic jovem. Pesquisei bastante sobre ela quando escrevi o dossiê sobre cervejas selvagens e não encontrei nenhuma menção a açúcar nem no site do fabricante (que descreve o processo de blendagem de forma bem minuciosa), nem na minha bibliografia (o livro "Geuze & Kriek" é bem específico quanto a esses detalhes). Segundo o fabricante, os 5% da lambic jovem são suficientes para fornecer os açúcares residuais para a refermentação na garrafa. Mas, se o rótulo da Bier&Wein estiver correto, é possível que eles adicionem um pouquinho de açúcar para fazer a refermentação. A Cantillon faz isso com a sua linha especial Lou Pepe, que não leva lambic jovem. Esse açúcar é todo consumido pelas Brettanomyces na fermentação na garrafa e não sobra nada na cerveja.
O que ameniza a acidez da Mariage Parfait é a longa maturação de pelo menos 3 anos da maior parte do blend. Lambics plenamente maduras (3+ anos de maturação) tendem a ser um pouco menos ácidas e mais macias do que as de 1 ou 2 anos de idade. Algumas até chegam a desenvolver uma certa doçura frutada e abaunilhada (vide a Cantillon Grand Cru Bruocsella).
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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Respondido por Damiao Damiao no tópico Treinando o paladar para SOUR.
Marcussi, qual a primeira sour que vc tomou?
Fez cara feia na época?
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Respondido por Gabriel C. no tópico Treinando o paladar para SOUR.
Damiao Damiao escreveu: Entrevista
Marcussi, qual a primeira sour que vc tomou?
Fez cara feia na época?
Hahahaha BOA! Aliás, estendo a pergunta aos demais: qual foi a primeira sour de vocês? Se for para desconsiderar as fruit lambics adoçadas artificialmente, a minha foi a Duchesse mesmo.
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Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Treinando o paladar para SOUR.
Damiao Damiao escreveu: Marcussi, qual a primeira sour que vc tomou?
Fez cara feia na época?
"Entrevista" é ótima, só essa mesmo para me fazer rir no meio do expediente! Vou te contar um "causo".
Quando eu comecei a beber sour, não tínhamos muitas opções no mercado nacional, não. Havia umas garrafas antigas de Cantillon que haviam sido importadas há vários anos pelo Xavier Depuydt, mas ninguém dava bola porque o preço era muito alto e elas ficaram lá envelhecendo até finalmente venderem, o que só aconteceu uns 2 anos atrás. Fora isso, a Bier&Wein trouxe ao Brasil dois rótulos de lambics: Boon Kriek e Boon Geuze Mariage Parfait. Até onde me lembro, eram as únicas sours regularmente importadas ao Brasil naquele momento. Minha iniciação foi com a Boon Kriek, em 2008 ou 2009. Eu e minha mulher ficamos maravilhados com a cerveja, o aroma era diferente de tudo o que já tínhamos bebido antes. Depois, fui atrás da Mariage Parfait e pirei completamente. A partir daí, foi só ladeira abaixo. A acidez nunca chegou a me incomodar realmente, para ser sincero.
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Respondido por André Rodrigues no tópico Treinando o paladar para SOUR.
Gabriel C. escreveu: Aliás, estendo a pergunta aos demais: qual foi a primeira sour de vocês?
Minha primeira sour também foi a Book Kriek. Na época, achei a cerveja interessante, mas meio esquisita. Tentei uma segunda vez com Lindemans Faro, que na primeira tentativa achei bem bizarra e esquisita.
Só fui gostar na terceira tentativa com a Mariage Parfait.
Aliás só comprei ela pra poder provar uma geuze (e na época encontrei um lugar que vendia ela a R$ 19,90 #saudade). O sabor mesmo, esperava que fosse péssimo. Mas pra minha surpresa a cerveja foi deliciosa. A partir dai o mundo Sour quase sempre me agradou (inclusive as duas anteriores).
Quanto às Fruit Lambic adoçadas, até já encontrei opções agradáveis entre elas, como a Lindemans Cassis. Mas tem outras, tipo aquelas da Timmemans que chegam aqui no Brasil, que são bem doces e acho que acrescentam pouco.
Concordo com o Marcussi quando ele diz que não dá pra comparar a experiência que se tem ao se tomar uma Mort Subite Kriek (Adoçada) com uma Cantillon Kriek, por exemplo. É outro mundo.
Abraços.
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Respondido por Diogo Olivares no tópico Treinando o paladar para SOUR.
Mas já tomei alguns sustos depois, como com a Cuvée René Kriek e a Oro de Calabaza.
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