Há tempos eu estava querendo beber uma trapista, estava sempre namorando elas nas lojas, mas por uma razão ou outra nunca levava uma para casa.
Até que outro dia resolvi comprar uma garrafa, coloquei-a na pasta e fui para casa. Deixei a trapista na geladeira e fiquei ansioso, aguardando o melhor momento para bebê-la.
Adiei alguns dias, queria estar preparado para ela, queria que fosse o momento ideal, até que finalmente hoje eu a abri para degustá-la.
O que posso dizer é que valeu cada momento, a cerveja é uma delícia, muito maltada como pede o estilo, numa cor avermelhada linda e uma explosão de sabores na boca. A espuma não é tão duradora, nem o aroma tão pronunciado. Apesar que para o último, o que falta "quantidade" sobra em intensidade.
Mal posso esperar para conhecer o restante da família dessas "santas" cervejas.
A única cervejaria trapista holandesa produz uma Tripel com abundância de aromas frutados, advindos das leveduras, com a doçura imperando o conjunto e até trazendo um certo equilíbrio, na minha opinião.
Vertida na taça, apresenta uma bela coloração alaranjada, com uma translucidez bem leviana. O creme mostra boa formação, coloração marfim, mas se dissipa rapidamente.
Uma explosão de aromas frutados vem ao nariz, e graças as leveduras, é possível sentir aromas de guaraná, damasco, pera e até um toque de laranja que me lembrou bastante Contreau. Ao fundo, uma cama maltada que remete a mel, um sutil floral e algo condimentado e doce, quem sabe canela.
Como era de se esperar, mantém um caráter adocicado e frutado na boca, fazendo com que a cerveja se torne enjoativa e perca bastante drinkabillity, implorando por um pouco de amargor, acidez, ou até uma pegada condimentada. Possui uma carbonatação média e um corpo macio.
no geral, é o tipo de Tripel que me agradaria, pela potência e paladar marcante. Acontece que essa potência vem apenas na doçura, deixando a cerveja desequilibrada e um pouco mais pobre de aromas. Mesmo eu não sendo muito fã das La Trappe, a cervejaria tem outros rótulos melhores, com certeza.
Cerveja de coloração pouco mais clara que a La Trappe Dupel. Creme denso e persistente. Aroma magnífico floral e de frutas secas, com muito malte também. Sabor espetacular, um dos melhores rótulos da La Trappe, diria que suplanta a Quadrupel. É menos alcóolica, dando mais perspectiva das notas de ameixa, passas, florais, cravo e até frutas vermelhas. Malte muito presente, com sinais de torrefação leve, deixando-a bem doce. Retrogosto com álcool bem inserido, assim como o lúpulo. Como a Blond, é uma cerveja que pode-se definir com uma palavra: EQUILIBRADA. Mas muitos mais complexa. Está entre as melhores que tomei. O preço intimida mas vale realmente.