Meu, esse negócio de comer bucho e arrotar caviar, que no meu tempo era comer mortadela e arrotar peru (agora mortadela tá caro!) é mesmo o fim do mundo... Tem gente que só se importa com imagem, aparência, com ter glamour e status. Será que existem coisas mais fugazes e frívolas que essas?

Esses dias fui comprar roupa pro trabalho (trabalho de caixa no BB) e sem nenhum constrangimento fui lá e comprei algumas polinhos (camiseta pólo de mulher) na Riachuelo mesmo, na Levis tá 100 paus, sem chance! Minhas calças são todas de lá, pq duram bastante e caem muito bem, mas em camiseta pra bater, não vejo muita diferença. Em compensação, faço questão de sempre ir ao cinema (mesmo de fds), comprar livros e, claro, minhas cervejinhas especiais! Tem gente que acha um absurdo gastar com bebida, mas gasta com outras coisas que a meu ver são dispensáveis: carrões, roupa de marca com a marca BEM grande pros outros verem, lugares da moda que cobram 8 pilas o chopp Brahma e por aí vai...

Muitos dos "meus" alunos, as vezes, passam até fome, mas vai dar uma olhada no celular dos caras... Tem até televisão

É como disse o Jean:
Uns investem em TER
Outros investem em LEMBRAR (que eu chamaria de SER)

Pois aquilo que você lembra será parte constitutiva da sua personalidade, ajudará a te formar como um ser.

Hehehe, com o viés filosófico do tópico, deixo meus cinco cents.

Existe uma dificuldade naturalmente humana em reconhecer valores diferentes dos próprios. Sabendo disso, é necessário um esforço para evitar um preconceito superficial.

As prioridades materiais de cada pessoa são as mais variadas: carro, casa, moda, esporte, hobby. Há até mesmo pessoas completamente desapegas que procuram viver uma vida sem posses.

Tudo o que citei pode ser usado combinando doses diferentes de vaidade, utilidade e prazer. O sujeito ama carros, lê tudo à respeito, curte dirigir e coloca o carrão a frente de outras possibilidades de consumo, é válido, é o prazer dele, é o que vale pra ele. Mesma coisa de quem segue a moda, veleja ou frequenta restaurantes.

Toda vez que vemos pessoas gastando somas de dinheiro em coisas que valem pouco para nós, temos a compulsão de julgá-las fúteis quando na verdade podem ser apenas diferentes. O fato de gastar o dinheiro com algo durável ou não, em possuir ou em viver não torna uma coisa superior à outra. A bem da verdade, tudo é passageiro, apenas os tempos podem ser diferentes.

O que torna a pessoa fútil é priorizar algo em sua vida não pelo prazer ou utilidade que lhe pode proporcionar, mas por imitação ou vaidade. E isso vale para degustadores, seja do que for, que mudam que desenvolvem um hábito de consumo para se auto afirmar através de uma imagem de sofisticação e superioridade.

Tenho um amigo aficcionado por moda. Ele gasta fortunas em calçados e vestuário. Ele curte moda, ele gosta de desenhar, criar e combinar. A roupa é quase um hobby pra ele. Isso não o torna fútil, pelo contrário. Também tenho amigo que passa aperto pra pagar apartamento e praticamente deixa de viver por isso. Tudo tem seu momento.

A frivolidade humana vem do auto-desconhecimento, que leva as pessoas a dedicarem-se a algo para que possam exibir-se ou sentir-se diferentes do que são.

A maioria de nós gasta uma bela soma mensal em cerveja. Isso não nos torna superiores aos amigos abstemios que torram o salario em roupa ou viagens ou qualquer outra coisa. Deve apenas haver um sentido autêntico em nosso prazer para que ele seja um ingrediente da qualidade de vida. Não devemos julgar as pessoas pela forma como gastam seu dinheiro, mas pelo seus valores essenciais e atitudes.

Equilíbrio é a resposta.

Gostei da resposta...

É a finalidade que condena o que pode ser saudável e o que pode ser fútil.
Se tudo isso for feito com responsabilidade dá para se dizer que é algo adulto e saudável.
Não adianta só saciar o próprio prazer, quando isso não é possível.
Muito menos fazer pelos motivos errados.

Márcio,

Tudo o que você falou acho corretíssimo, entretanto o que coloco aqui é o gastar fábulas por uma simples questão de status ou vaidade, deixando de lado as prioridades da "sobrevivência". Imagina aquele pai que torra toda sua grana "tunando" um carrão enquanto seu filho se submete a uma escola pública ? Enquanto seu filho, quando fica doente, se submete ao atendimento do SUS ? Enquanto sua casa despenca com a enxurrada ?

Pego meu exemplo, admito que gasto uma boa graninha com cervejas especiais, vinhos e ingredientes pra culinária, mas essa "boa graninha" não impacta na educação do meu filho, na sua saúde, lazer, segurança ou no seu conforto. Eu não digo que sou aficcionado por máquinas, mas um dos meus sonhos é ter um carro da hora, quando digo carro da hora não me refiro a BMW, Mercedez ou quetais, falo, por exemplo, de um Dodge Dart ano 78 com motor mexidão, carroceria impecável, bancos de couro... Sem essas papagaiadas de neon por baixo e tal. De repente se eu colocasse meu filho numa creche pública, o plano de saúde dele fosse dos mais chinfrinhos, ao invés de leite Ninho, Iogurtes, cereais, frutas, carne e tal desse o arroz com feijão e o leite de caixinha poderia ter meu "Dodjão".

Atitudes que recrimino são essas também, gastar com uma vaidade em detrimento a uma necessidade. Se eu fosse mais pobrinho do que já sou (hehehe) teria que me contentar com Kaiser e Schin, mas se ainda estou podendo beber Heineken no dia a dia e vez ou outra comprar uma especial sem prejudicar minha família, que sejam essas as minhas brejas.

Falando nisso, tá dando uma "sede" !

Fábio (Guima) escreveu:

Imagina aquele pai que torra toda sua grana "tunando" um carrão enquanto seu filho se submete a uma escola pública?

Guima, infelizmente isso é mais comum do que você imagina