Resultado do Teste Cego de cervejas BOCK

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testecegobock2.JPG

Conforme anunciado neste post, BREJAS fez, no sábado, 17, um Teste Cego das cervejas no estilo bock mais facilmente encontráveis no mercado nacional. Sem mais delongas, vamos ao resultado final, com as notas correspondentes (clique no nome de cada breja para ler a avaliação de cada Confrade):
1º – christoffelbock.jpg CHRISTOFFEL BOK – 3,51
2º- latrappebock.jpg LA TRAPPE BOCKBIER – 3,37
3º – bambergbock.jpg BAMBERG BOCK – 3,12
4º – badenbadenbock1.jpg BADEN BADEN BOCK – 2,65
5º – petrabock.jpg PETRA BOCK – 2,09

—————NOTAS—————

  • Este Teste Cego, a exemplo de outros realizados pelos Confrades do BREJAS, foi realizado a partir de amostras oferecidas a cada Confrade (cerca de 200ml por rótulo, uma marca de cada vez). Tivemos absoluto cuidado para que as amostras não fossem identificáveis no momento da degustação. As notas foram dadas seguindo os parâmetros de avaliação adotados pelo BREJAS (veja aqui).
  • Embora anunciada, a cerveja Kaiser Bock não foi encontrada em nenhum ponto de venda de Campinas, pelo que tivemos que excluir o rótulo deste Teste.
  • As cervejas avaliadas neste Teste Cego foram adquiridas e se encontram disponíveis na loja virtual NonoBier.

Tivemos o imenso prazer de contar com dois convidados especialíssimos. Andrea Sacco é o proprietário do Bar do Italiano, o templo campineiro das cerveja especiais, onde foi realizado o teste. Alexandre Correia, o Russo, é o brasileiro campeão de avaliações de cerveja no site americano RateBeer, com mais de 500 brejas avaliadas. Apaixonado, como nós, por cevejas e viagens, a forma mais divertida de apresentar Russo é assistindo a este filme impagável e imperdível, no YouTube. As notas de ambos foram computadas no resultado final deste Teste Cego.Convidamos os leitores a discutir conosco o resultado deste Teste aqui no Blog ou colocando as suas próprias notas e comentários para cada cerveja diretamente no nosso Ranking interativo. Divirta-se!

testecegobock.JPG

Da esq. para a dir.: Ricardo Sangion (BREJAS), Andrea Sacco (bar do Italiano), Alexandre Correia (o Russo), Guilherme Scalzilli, Alexandre Menke, Daniel C. e Mauricio Beltramelli (BREJAS).

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22 Respostas para “Resultado do Teste Cego de cervejas BOCK”


  • Caros,

    Cabe informá-los que a La Trappe, apesar de ser uma boa cerveja, não é uma bock, já que se enquadra no estilo ale. Já a Petra, sei lá!!! rsrsrsrs

    Um abraço

    Edu Passarelli

  • 2 Daniel C. (BREJAS)

    Edu, também já havíamos constatado isso. Contudo, a própria cervejaria garante que é uma bock, seja isso possível ou não. Por isso, optamos por colocá-la no teste. Todavia, para aqueles que não concordam com a palavra do fabricante, pedimos apenas que a desconsidere dentre as avaliadas.

  • 3 Luis Antonio Teixeira

    Se tem cor de Bock,teor alcoólico de Bock,sabor e aroma de Bock e o próprio conceituado fabricante fala que é bock então é BOCK.
    Assistindo um video de Marcelo carneiro da Rocha no Bytes And Beer,ele disse que é o cervejeiro que fez a cerveja quem dá a denominação à sua criação.
    E a prova é que a Cerveja Demoiselle é uma Stout ao meu ver e não uma Porter como se auto-denomina.Se formos levar ao pé-da-letra,antigamente se denominava o estilo como ”Stout Porter” então a Colorado não errou,assim como acho que a La Trape Também não.
    Sou Homebrewer a 12 anos e faço uma cerveja que chamo de Pilsen Ale e só se sabe que é Ale porque eu digo, pois o sabor dela é de uma Lager,assim como já provei cervejas de baixa fermentação com ésteres de Ale.
    Fico com a La Trape e o Pessoal do Brejas ,que me desculpe o conceitoadíssimo Edu Passarelli.

  • 4 Alexandre Bazzo

    Sr Luis

    Lamentável sua opinião, sou cervejeiro profissional e estudo estilos de cervejas nas horas vagas. Concordo plenamente com o Edu, a La Trape é uma excelente cerveja, mas não é Bock, entendo o lado do Brejas, é muito dificil encontrar no mercado uma gama boa de Bocks, ainda mais agora no verão.
    Os estilos de cervejas levam em consideração a história, os ingredientes, o povo, as técnicas e com isso estabelece parametros para o estilo, são muitos anos de estudos para que quando uma pessoa compre uma garrafa de weizen, por exemplo, ela imagine o que tem dentro da garrafa antes de abri-la.
    Preciso contar um segredo para o senhor, não existe pilsen ale, muito menos bock ale.
    Vamos usar este espaço que o Brejas nos fornece para divulgar informações corretas e uteis as pessoas.
    Com informação teremos consumidores treinados para diferenciar o que é bom ou ruim e com isso nós cervejeiros cada vez mais teremos o desafio de estar sempre nos superando, todo mundo ganha.
    Obs.: esqueci de falar as pilsens são lager, blz.

  • 5 Luis Antonio Teixeira

    Alexandre Bazzo (Bamberg), respeito a sua opinião apesar de você não respeitar a minha.
    Agradeço pela aula de estilos de cerveja que você deu apesar de eu saber todos eles. Pilseners são lager com certeza e Bocks também não há duvida.
    Só não achei certo questionar o que um fabricante de cerveja de nivel internacional coloca em seu rótulo somente para espinafrar o pessoal do Brejas,fazendo com que eles parecessem desprovidos de qualquer conhecimento em cerveja, assim como você está fazendo comigo no texto acima.
    O que quis dizer a respeito da ”Pilsen Ale” é que adaptei uma fórmula de pilsen que peguei do Sr.Mathias Reinold para fermentar a temperatura acima do que é recomendado na fase final de fermentação e deu certo,fiz um hibrido que chamo de Pilsen Ale e que é muito mais aromática e saborosa que uma lager.Não vejo mal nenhum
    nisso.
    Sou um grande Fã das cervejas Bamberg,fui eu quem incluiu a Tcheca no Brejas, a melhor Pilsen (lager) brasileira que eu já degustei, e feita com a colaboração de um grande homebrewer , Leonardo Botto.Fiquei até triste em saber lá na festa do Brejas em Campinas que ela não será mais fabricada,pois na minha opinião é uma grande cerveja Pilsen (lager).
    Fique tranquilo pois farei bom uso do espaço que o Brejas nos dá para continuar a falar bem das cervejas Bamberg que são realmente muito boas e aproveito para pedir que por favor não deixem de fabricar a Tcheca,pois essa sim é a melhor pilsen do Brasil,diferentemente do que foi divulgado em jornais e revistas.
    Abraços,
    Luis

  • Caro Luis
    Não sou de modo algum contrário à criatividade, ao contrário, procuro incentivar que os cervejeiros e homebrewers usem ingredientes diversificados, “mexam” com os estilos e busquem assim uma “assinatura” para sua cerveja.
    É comum, até nas cervejarias conceituadas, que elas cometam de tempos em tempos o “deslize” (intencional ou não) de nomear suas cervejas um pouco fora do estilo. É só ver a confusão na nomenclatura de pilsens, lagers, premium lagers, premium pils, e outros que tais…
    Não degustei a La Trappe BockBier, então não posso afirmar se existem notas acentuadas de aromas da fermentação suficientes para descaracterizá-la como Bock. Se for uma cerveja muito maltada e tiver sido fermentada a baixa temperatura, possivelmente terá perfil semelhante a algumas Bock. Se tiver aromas marcantes de fermentação, “fugiria” do estilo. E isto não faria dela uma cerveja melhor ou pior, apenas diferente, dentro do perfil das Belgian Ale.
    Mas tenho que concordar com o Passarelli e com o Alexandre na “luta” por comparar cervejas semelhantes, dentro de um estilo. Vocês todos são formadores de opinião, são os “educadores” do paladar que farão com que deixemos a “era Liebfraumilch” da cerveja. Então, neste contexto, qualquer esclarecimento, como foi feito pelo Edu, é bem vindo. Sem prejuízo, é claro, do excelente trabalho de Brejas.
    Sobre a sua “Pilsen Ale”, eu diria algumas coisas:
    1) Parabéns por inovar
    2) Seria ela uma Kölsch ou uma Steam beer? (só para apimentar, hehehe)
    3) Como faço para conseguir uma garrafa?

    Saudações
    Paulo Schiaveto

  • 7 Luis Antonio Teixeira

    Olá Paulo, primeiramente quero deixar bem claro que não tenho nada contra o Edu e muito menos contra o Alexandre, apenas discordei da maneira como eles colocaram suas palavras,com risos e ironia,acho que poderia haver mais respeito da parte deles.
    Aprecio demais o site ” Edu Recomenda” que conheço desde que ele foi indicado no site do meu fornecedor de matéria-prima ,” A Turma da Cerveja”.Primoroso o trabalho do Edu.
    As cervejas Bamberg com certeza são um Show e alguns estilos como a Pilsen Tcheca por exemplo foram as melhores brasileiras que já provei.
    Também quero deixar claro que não faço parte dos Confrades do Brejas,apenas sou um colaborador do blog, assim como vocês.
    Se todos prestarem mais atenção ao que eu escrevi no meu primeiro comentário,vão perceber que eu disse que : ”faço uma cerveja que CHAMO de pilsen ale”,então eu CHAMO e não que ela É uma pilsen,tenho plena consciencia de que o estilo pilsen é lager,ou baixa fermentação,ou ainda fermentação profunda .Essa cerveja hibrida que eu disse que faço está muito mais para uma kolsck , que segundo o Guia de Estilos da AOB( Association of Brewers) e da CBCC (Centro Brasileiro da Cultura Cervejeira) sobre esta cerveja diz o seguinte: ” Séculos de resistência em produzir cervejas lager na cidade Alemã de Colônia resultaram nesse estilo hibrido unico de Ale e Lager.”Foi quase a mesma coisa que eu disse no meu segundo comentário.
    Se nós pegarmos uma lata de cerveja Caracu e lermos com cuidado lá vai estar escrito que se trata de uma cerveja do estilo Stout ,porém uma olhada mais cuidadosa vai nos mostrar que é uma cerveja de baixa fermentação segundo o próprio fabricante.
    As Stouts usam fermento do estilo Ale e jamais podem ser de baixa fermentação.Então porque um dos maiores fabricantes de cerveja do mundo chama aquela cerveja de Stout ? E ainda ,porque cargas d’agua a La Trappe iria chamar a sua cerveja de Bock,que foi o motivo de toda essa discussão ? Espero que alguém então jogue uma luz sobre o assunto.
    Eu ficaria honrado em lhe enviar amostras de minhas cervejas,assim como também adoraria degustar algumas das suas.
    Como cervejaria para mim é ainda apenas um hobby ,faço poucas quantidades e dia 1º de novembro vou estar fazendo uma leva de uma cerveja do estilo Robust Porter, que se você quiser ficarei feliz em lhe enviar uma garrafa para degustação.
    Também convido todos a verem o video que vou postar no link abaixo sobre uma de minhas cervejas inovadoras que usa mel na sua refermentação.
    Ela foi apresentada no Bytes And Beers e os comentarios são de Marcelo Carneiro da Rocha ,proprietário da Cervejaria Colorado e de José Virgilio Bragheto ,idealizador do programa.Ao verem o video com certeza as duvidas sobre a minha capacidade vão cessar.

    Link : http://br.youtube.com/watch?v=4yFWwzKoE-4

    Abraços a todos.

  • Caro Luis,

    Tenho certeza que parte de meu comentário não foi entendido por você, talvez por ter sido mal expressado por mim. As risadas são para a cerveja Petra, e não para quem escreve o site. Por isso que eu digo: “Já a Petra, sei lá!!! rsrsrsrs”

    Porém, quanto a classificar cervejas erroneamente, você entendeu o que eu quis dizer. A internet oferece ferramentas onde qualquer pessoa pode escrever o que bem entender, e, em muitos casos, tornar isso verdade. Leio muitos sites/blogs por ai e é fácil encontras muita informação equivocada. Recentemente ouvi do pessoal do Brejas que eles estão se esforçando para minimizar os erros no site e me pediram que quando eu encontrasse algo com o que não concordasse, que eu me manifestasse. Foi apenas o que fiz.

    O fato é que existe um grupo de pessoas no Brasil trabalhando muito para que a cerveja seja tratada com seriedade, e nós, pessoas/ferramentas de internet que temos bom alcance ao público, temos o DEVER de pesquisar e procurar educar e propagar conhecimento de forma correta. Portanto, independentemente de “concordar ou não com a palavra do fabricante”, temos que passar a informação correta. Afinal de contas, para citar um exemplo, Caracu não é stout, por mais que o fabricante insista.

    E a para agregar mais ainda a seu conhecimento, as Porter são a origem das stouts.

    E uma curiosidade minha, se você me permite. Se a sua cerveja é uma ale, mas com todas as características de lager, pq não usar uma levedura lager? Como também sou homebrewer, gosto de pesquisar e conhecer mais sobre este gostoso mundo da cerveja caseira.

    Um abraço

  • 9 Luis Antonio Teixeira

    Faço aqui uma sugestão ao pessoal do Brejas: encaminhem toda essa delícia de discussão saudavel sobre a La Trappe para os mestres cervejeiros da mesma e perguntem a eles o porquê deles classificarem a cerveja deles como uma Bock sendo que a mesma é Ale.
    E aproveito para perguntar:
    Será que no universo da cervejaria já foram inventado todos os estilos?
    Será que nunca mais vai ser aceito nenhum estilo novo?
    Será que dentro dos estilos não tem sub-estilos ainda por vir?
    Porque cervejas que se dizem do mesmo estilo ao serem provadas tem cores sabores aromas totalmente diferentes?
    Será que as cepas centenárias dos fermentos trapistas não proporcionam nada de diferente do já acostumado por nós?
    Como se denomina as cervejas elaboradas com mel,café,rapadura,mandioca,especiárias etc.?
    Temos que aceitar que elas sejam enquadradas nos estilos que já existem a muito tempo?
    Ou apenas vamos chamá-las de cervejas compostas por falta de criatividade?
    Não há mais nada a se inventar sobre cervejaria a não ser equipamentos?
    Nunca vai existir um meio termo entre Ale e Lager?
    Estilo de cerveja agora virou dogma?
    Vai haver inquisição sobre o assunto?
    Nesses 12 anos em que me aventuro pelo mundo cervejeiro,já fiz cerveja com os mais diversos coadjuvantes do malte,como por exemplo:arroz,aveia,canjica,milho comum e de pipoca,mel,sorgo,fécula de mandioca entre outros que não me lembro agora,e aí como se classifica uma cerveja dessas?
    Sem usar a mesmice de sempre, é claro?
    Prefiro acreditar que nós todos não sabemos quase nada de cerveja,ou o que sabemos é apenas o que quase todo mundo sabe, a ponta de um iceberg,pois o universo dela é grande demais.
    Quem quiser responder que responda,e também fiquem a vontade para discordar.
    Sou o Cristo da vez.
    Blog de opinião é para se dar opinião ,ou estou errado?

  • Luiz, claro que é para dar opinião,onde já se viu boteco onde todo mundo concorda e todos ficam em silêncio, hehehe.
    Passarelli, eu acho que a Caracu é Stout sim, huahuahua! (Calma…amigo…amigo…)

    Pessoal, é importante que não nos tornemos “zitochatos”.

    Cheers

  • 11 Alexandre Bazzo

    Luis

    Desculpe mais uma vez por discordar de você, mas das cervejas que nós estamos discutindo não existe nada de novo para ser adicionado ao BJCP, uma pilsen ale, como o Paulo disse, pode ser uma Kolsch, a La Trape se encaixaria em outros estilos, já para a Caracu, imginem, poderíamos sugerir para o BJCP um novo subestilo, Very Very Sweet Stout, fantástico, não?
    Estou insistindo, pois acredito que o que você esta dizendo são conceitos errados.
    O fabricante pode chamar a cerveja do que ele quiser, nem por isso ele esta certo, seja ele um fabricante internacional, ou nós regional. Tenho a curiosidade em saber se este erro na escolha do estilo tivesse acontecido comigo, a minha bock feita com fermento Ale, qual seriam as reações?
    Quanto ao ser o Cristo da vez, não é verdade, pelo menos de minha parte, acho que suas opiniões estão tão equivocadas que é impossível de ler e não responder, o blog é um espaço livre para as pessoas opinarem e não necessariamente concordarem uma com as outras.
    Minha opinião é:
    A La Trape não é bock, é uma cerveja fantástica, recomendo a quem não experimentou a experimentar, mas não é bock;
    Pilsen Ale não existe, apesar de você achar que é criatividade fazer uma Pilsen Ale, para mim é estilo errado;
    Novos estilo aparecerão, se Deus quiser, mas não serão os subestilos: Pilsen Ale e Bock Ale;
    2 + 2 = 4
    Gostaria de deixar claro que quando eu escrevo neste blog ou em outros, eu faço isso em meu nome e não no da minha empresa, gosto de conversar sobre cerveja, estudar cervejas, trabalhar com cerveja e principalmente beber cerveja. O mundo cervejeiro é o meu trabalho e quando presencio tamanhos equívocos como este não posso me calar, precisamos acabar com as falsas verdades, o consumidor bem informado é a nossa única esperança.
    Mais uma vez peço desculpas por ser tão inflexível.

    Obs.: Paulo o que é zitochatos? É um novo estilo do BJCP?

  • 12 Luis Antonio Teixeira

    Bem,então um brinde ao tradicionalismo cervejeiro e deixemos de lado as inovações,mas cabe lembrar que as idéias absurdas do passado se tornam esperanças no presente e realidades no futuro.A história nos mostra isso sempre.
    Deixemos então o futuro responder por nós.
    Edu, Alexandre e Paulo,minha estima pelo excelente trabalho de vocês vai continuar a mesma.
    Me desculpem se causei má impressão, mas de qualquer forma, foi muito interessante este debate , e espero estar encerrando agora minha participação neste assunto.

    Abraços a todos.

  • Olá,
    Passo aqui rapidamente para deixar uma questão que tem me atormentado bastante ultimamente:
    Se uma Bock não pode ser Ale, o que me dizem sobre uma Weizenbock – que é Ale, de trigo e bock?!? Categoria inclusive oficial no guia de estilos do World Beer Cup / Brewers Association (www.beertown.org)…
    Abraços de um consumidor curioso!!!
    Maurício

  • 14 Luiz Guilherme Belmonte

    Sobre o \ zitochato \, sugiro visita ao http://www.beerlife.com.br/ed2/artigos.asp

  • 15 Luiz Guilherme Belmonte

    Historicamente, as bock eram, SIM, cervejas de ALTA fermentação… Sua transformação em lagers pode ser entendida adiante, pelos que tiverem paciência de ler.

    Em torno do século XIII, muitos mercadores tiveram a compreensão de que o estado feudal vigente não mais os protegeria, do ponto de vista de seus interesses comerciais – internos ou em negócios com o exterior. Especialmente aqueles que comercializavam com os “países” bálticos uniram-se em confrarias civis com finalidades comerciais. Um exemplo foi a união de comerciantes de Bremem e Hamburgo que estabeleceram uma representação em Novgorod, Russia, para lidar com o czar… Essa idéia propagou-se.

    In 1241, Lübeck (Dinamarca) e Hamburgo (Alemanha), assinaram um tratado de proteção comercial mútua. Logo, outras cidades germânicas uniram-se a eles formando a famosa e poderosíssima aliança denominada Liga Hanseatica que chegou a ser formada por representantes de cerca de 200 cidades. A liga tornou-se poderosa a ponto de declarar guerra ao Reino da Dinamarca em 1368 e comercializar “todos” os tipos de comodities: óleos, grão, couro, frutas… Essa independência dos senhores feudais fez da Liga o primeiro “mercado comum” da História da Europa.

    Com o passar do tempo, Bremem tornou-se a grande cidade exportadora de cervejas, a ponto de exportar uma certa Brunswick Mumme – “brown ale” de alto teor altamente lupulada – que era exportada para as Indias Orientais e “aguentava o tranco” da viagem. Talvez tenha sido a ancestral germânica das IPA… rs As exportações se tornaram altamente lucrativas e alavancadoras do desenvolvimento das cervejas do norte. É aí que entram as bock.

    A cidade “hanseática” de Einbeck – que desde os heróicos tempos em que se fazia cerveja com o “gruit” ao invés de lúpulo, já produzia uma excelente “ale” escura, de maltes de cevada e trigo – passou, através da Liga, a comercializá-la com os países do entorno e, internamente, tb para Munique. Os bávaros que conseguiam essa cerveja, especialmente os nobres, preferiam-na às “lager” da região.

    A resposta bávara foi a imitação e… a Reinheitsgebot – na verdade, esse foi apenas UM dos motivos. Na sanha por igualar-se ao norte, em 1590, o Duque Guilherme V passou a fabricar uma “clone red lager” da cerveja do norte que tanto sucesso fazia.

    Em 1612, Maximiliano I, sucessor de Guilherme V, convenceu o mestre cervejeiro Elias Pichler, de Einbeck, a ir à Munique. Chegando lá, foi detido e proibido de deixar a cidade. E tinha que fazer cerveja…rs
    A cerveja sofreu, então, sua transformação de uma “ale forte” para uma “lager forte” e nascia aí a moderna bock. O nome é uma corruptela de Einbeck e/ou referência à época do Capricórnio. Sua produção marcava o “início do ano cervejeiro” em outubro e, devido à longa fermentação e maturação, “saía” nos meses de “Capricórnio” do zodíaco. Capricórnio = Bock, bode…

    Dessa forma, não acho ilegítimo a La Trappe chamar sua cerveja de bock.

    Em tempo: Os termos “ale” e “lager” que usei acima têm a semântica moderna. Na época, a referência era a temperatura de fermentação: a “frio” ou a “quente”, uma vez que o conhecimento das cepas de levedura só se deu como desdobramento dos estudos de Pasteur.

    Em tempo 2, a missão: Peixe-boi, nem é peixe nem é boi… Logo, as weizenbock podem ser de alta e ser bock…rs

  • 16 Luis Antonio Teixeira

    Luiz Guilherme, bela aula de história, parabéns !!!!! você resolveu o problema.
    ELUCIDATIVO E INTERESSANTÍSSIMO !!!!!!!!!!
    Como disse o nosso amigo lá em cima: 2 + 2 = 4
    Abraços e obrigado.

  • 17 Rodrigo Campos

    Olá Brejeiros,
    Tenho uma informação interessante. No livro “Great Beer Guide” do mestre Michael Jackson podemos encontrar a cerveja Jopen Bok Bier da cervejaria Schaapskooi Abbey da Holanda. O próprio Michael Jackson a classifica como uma “Top-fermenting Bock”, ou seja, uma Bock de alta fermentação, ou uma Bock Ale como foi citada pelos colegas.
    Sei que não existe esta classificação no BJCP, que é uma entidade referência no mundo cervejeiro, entretanto classificações podem mudar e isto ocorre. Acredito que devemos sim estimular o aparecimento de novos estilos cervejeiros, não propriamente o Bock Ale, mas qualquer estilo que venha acrescentar novos aromas e sabores de forma de forma agradável para o público consumidor.
    A escola cervejeira americana, puxada pelo movimento micro cervejeiro e seu crescimento a partir da década de 90, está se notabilizando exatamente por isso, misturando estilos tradicionais europeus (smoked porter) ou criando cervejas extremas (Double IPA, Tripel Ipa, Imperial IPA, Imperial Sout), sempre testando novas possibilidades.
    Queremos criatividade em nossas cervejas!
    Um abraços a todos.

    Rodrigo Campos
    Fortaleza – Ce

  • 18 Rodrigo Campos

    Só para complementar o comentário anterior:
    No BJCP é possível ver a classificação SPECIALTY BEER. Essa classificação é descrita como aquela que abrange todas as cervejas que não se encaixam em nenhuma outra categoria. Nela é possível ver cervejas extremamente difierentes uma da outra simplesmente porque ainda não existe uma classificação específica para elas.

    Reforçando: Queremos criatividade em nossas cervejas!

    Rodrigo Campos
    Fortaleza – Ce

  • 19 Renato Vialto (pocotó)

    Uma bela e saudavel discução. Adimito que meu conhecimento é pouco mas fui atraz de ler um pouco e tirar minhas conclusões. Se o BJCP diz que um bock, por se tratar de um large. tem que ter baixa fermentação e uma Ale tem alte fermentação, e se a LA TRAPE eh de alte fermentação diriamos que ela não eh uma bock.
    Com certeza acredito que temos que investir em novas classificações pq com certeza no inicio não tinhamos nada, e no futuro teremos muitos mais. Mas se estamos falando de um estilo de cerveja já pré estabelecidos temos que obedece-lo. Em se tratando de um teste cego de bock, tomemos as Bocks, se for um teste de cervejas com estilos não pré estabelecidos que tomemos cervejas com estilos não pré estabelecidos =]=]=]
    Fora isso acredito que o motivo pelo qual a equipe do BREJAS colocou a LA TRAPE na briga foi pela indicação do rotulo, o que transfere o erro para o fabricante não à equipe do BREJAS, que mais uma vez mandou muito bem no teste sego. PARABENS

  • Esse Edu Passarelli é um Zé-Ruela mesmo.
    Abraço pro pessoal do brejas

  • Cadê a Kaiser Bock???

  • A Kaiser Bock nao estava disponivel na epoca, ja que ela e’ sazonal e acaba rapidamente quando e’ feita durante o inverno brasileiro.

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