Como se não bastasse fazer a primeira quadrupel do Brasil, com a adição de especiarias característica do estilo, a Wäls ainda maturou em chips de carvalho. Já estaria excelente, mas ela ainda "marinou" os tais chips em cachaça mineira. O resultado é deliciosamente superlativo. Cerveja extraordinária em todos os sentidos, intensa, marcante, incrivelmente complexa, fortemente maltada e adocicada. Despejada da charmosa garrafinha arrolhada de 360 ml, ela mostra uma bonita cor rubi profunda e transparente, com creme brege denso, de pouco volume mas boa permanência. No aroma como no sabor, uma complexidade assombrosa, envolvida pela doçura dos maltes, que não deixa nenhuma de suas características sobrepujar as outras. O resultado é uma cerveja em que tudo é muito intenso. Os maltes trazem notas de caramelo e mel em destaque, licor de chocolate, torrefação bem suave e, na finalização, biscoito. Há um belo conjunto de ésteres com frutas escuras e passas, trazendo cerejas, ameixas passas e sugestões de vinho do porto e licor de figo, além de um fundo frutado macio de maçãs vermelhas. Nota-se um amadeirado de boa intensidade no fundo, notas de cachaça perceptíveis, uma sugestão de molho de tomate (estas duas últimas, sobretudo no aroma) e toques de mofo, bem inseridos de forma a dar ainda mais presença. Os lúpulos trazem notas condimentadas de ervas finas e cítricas de grapefruit (estas revelando-se inicialmente no aroma para depois ficarem mais suave). Conjunto orquestrado pela forte doçura, de maneira alguma enjoativa, pois bem equilibrada por um sólido amargor lupulado de fundo. Finaliza primeiramente com a doçura dos maltes (caramelo, biscoito) e toques de vinho do porto, e depois vai deixando um residual terroso mais amargo e seco. Achei o final talvez o único ponto fraco da cerveja, pois poderia ser mais vigoroso. Encorpada, com textura licorosa, e os seus 11% de álcool são notáveis de uma maneira agradável, bem abrigados pela doçura dos maltes.
Conjunto intenso, maravilhosamente complexo e bem orquestrado pela mão firme dos maltes. A maturação em carvalho lhe dá balanço, enquanto a cachaça lhe dá ainda mais intensidade e complexidade. A Wäls está de parabéns por esta receita, que prova definitivamente que a herança de Tácilo Coutinho está em excelentes mãos. Acho que esta é a mais extraordinária das receitas da cervejaria, o que definitivamente não quer dizer pouco. Para ser sincero, é a melhor receita nacional que tive a oportunidade de provar, e virei fã imediatamente: tomei a primeira garrafa e tive de ir correndo buscar mais uma no dia seguinte! Uma vez que se aceite sua forte doçura como parte de seu perfil e sua proposta, figura seguramente entre as mais sólidas representantes do estilo em todo o mundo.
Muito aguardada por mim, essa quadruppel estava na minha wishlist de 2009. Quando fui na minha peregrinação quinzenal na minha "rota" da cerveja paulistana rsrsrs, passie no alto dos pinheiros e do nada a encontrei, juntamente com suas irmãs, a mais recente breja da wals, a quadruppel. Coloquei na e hj, sábado, não esperei, cheguei em casa e já fui pegando-a e preparando o ritual.
Agora as brejas da wals long necks são com rolhas e de 375 ml agora. Retirada a rolha co todo cuidado o aroma já foi se espalhando no ar, notas fortes de malte, toffee, vinho do porto, uva passas, notas mais suaves de torrefação, chocolate e um amadeirado bem interessante.
Coloração rubi-amarronzada ou um marrom com reflexos rubi. Creme muito denso e duradouro, até o final da breja uma camada perene de espuma se manteve. No sabor, uma explosão de sensações, malte, chocolate, torrefação, toffee, vinho do porto, uva passas, caramelo, muito complexo. No rótulo há indicação de mel, honestamente, senti um leve adocicado que pra mim era do malte.
Cerveja que não agride o palato, ora com um adocicado não enjoativo, ora num amargor, bem intenso, duradouro mas não aressivo, deixando uma sensação boa no palato.
Cerveja que equilibra muito bem seu dulçor com um aboa dosagem de lúpulos, álcool em minha opinião muito bem inserido no conjunto
Cervaja que merece um melhor repouso para ser degustada com maior tempo de maturação que em minha opinião ela tem algo a mais a oferecer.
Parabéns a Wals.
