Um abraço nos confrades Luiz, Adelice e Zana, que acompanharam-me nessa preciosidade!
Aparência: bela garrafa, apesar de não arrolheada; espuma alva e cremosa, abundante mesmo mais gelada; líquido turvo, laranja-claro, aspecto de Weiss. Aroma: ao se abrir a garrafa há uma explosão fresca de flores e laranja, depois domesticada na taça, que aparece o malte. Sabor: malte e um leve amargor, pena que não acompanha o aroma. Ótimo custo-benefício, quero repetir! Obrigado Empório da Cerveja!
Temperatura de degustação: Oito graus Celsius.
Cor: Dourada medianamente turva.
Creme: Média formação de creme branco que se desfaz mantendo um fino halo em torno da taça.
Aroma: Notas rústicas e selvagens de fazenda, curral e madeira tal qual uma autêntica lambic belga são predominantes. Ao fundo temos leves notas frutadas compatíveis com frutas amarelas e uvas verdes.
Sabor: Apresenta paladar de leve acidez em equilíbrio com as notas levemente frutadas por todo o gole. O final permanece ácido sem agredir em nenhum momento, é seco e persistente; com retrogosto que traz à tona uma referência à casca de laranja. Muito equilibrada, na medida, boa breja.
Durante vinte anos o americano John Hall, natural de Chicago, atuou como executivo de uma multinacional no setor de containers. Sempre que viajava a trabalho pelo velho continente, ele aproveitava as horas vagas para apreciar a cena cervejeira local. Enquanto bebia, pensava: "a América merece cervejas boas como essa".
Certa vez, em 1986, John esperava um voo atrasado devido a uma tempestade em Dallas (Texas). Sem ter o que fazer, pegou pra ler uma dessas revistas de bordo (que ninguém dá bola) onde se deparou com uma artigo sobre cervejas artesanais. A ideia o fascinou. Nascia ali o desejo de ter uma cervejaria.
Dois anos se passaram e finalmente - após exaustivas pesquisas - ele estava pronto para deixar sua carreira executiva e abrir um brewpub em sua cidade natal. No dia 13 de maio de 1988, era inaugurada a Goose Island.
Com o passar do tempo veio o sucesso; e com o sucesso, o aumento da demanda. Em 1995 foi preciso montar uma fábrica separada, anexa a uma linha própria de engarrafamento. O ano de 1999 trouxe mais crescimento e um segundo brewpub foi aberto. Nos últimos vinte anos a fábrica dobrou de tamanho.
Graças a produtos de qualidade e rótulos diferenciados, a "Goose Island" conseguiu se tornar uma das mais respeitadas cervejarias artesanais do mundo. Isso acabou chamando a atenção de grandes investidores e em 2011 a empresa foi totalmente adquirida pela gigante AB-Inbev.
SOFIE
O rótulo, batizado com o nome da primeira neta de John Hall, apresenta uma 'Farmhouse Ale' resultante do 'blend' de 80% de cerveja fresca com 20% de cerveja velha maturada com raspas de laranja em barris de madeira previamente utilizados por vinho branco. A receita base utiliza dois tipos de malte de cevada, trigo e lúpulos "amarillo". Amargor de 20 IBU.
Líquido dourado translúcido, um pouco enevoado. Na taça, forma um dedo de colarinho branco de média retenção.
Aroma surpreendentemente suave, amarrando elementos 'funky', ácidos e fenólicos. Nuances de couro cru, vinho branco e pimentão desfilam envoltas por uma brisa cítrica.
Na boca, tênue doçura de malte sublinha notas de uva verde, abacaxi e casca de laranja, delineando um corpo médio-baixo agradavelmente frisante. Toques de pimenta branca, pimentão e couro vêm costurando por baixo, ao passo que uma acidez acética moderada perfaz o contraponto. Considerável amargor tânico cruza o final seco, culminando num retrogosto picante de amigável adstringência.
Cerveja equilibrada, delicada e elegante - sem aquela rusticidade gritante de muitas 'Saisons' belgas. Uma excelente maneira de introduzir aquele seu amigo apreciador de vinhos ao maravilhoso mundo das cervejas.
Nossa melhor do que o esperado. Esperava uma cerveja boa, mas não tão boa. Adorei. Da vontade de beber ela tudo de uma vez. Ainda mais com a harmonização que fiz.