Por Márcio Rossi.
Cervejeiros caseiros em busca do estilo cervejeiro “mineiro”
Texto e imagens do julgamento: Márcio Rossi
Imagens da premiação: Rubens Hermógenes
GoiabAle, CarquejAle? Cerveja com pé de moleque, goiabada, doce de leite, tabaco, cachaça, mel, ervas, fogão de lenha, buriti…! Será que a Tia Nastácia baixou no Mestre Cervejeiro? Nada disso.
Durante os encontros nos quais a ACervA Mineira (associação de cervejeiros caseiros de MG) buscava, entre outras coisas, definir o estilo de seu concurso interno, surgira uma polarização: de um lado, era interessante um estilo básico que permitisse e incentivasse a participação de cervejeiros iniciantes, uma pale ale; do outro, os veteranos desejavam um estilo desafiador. Salomonicamente, decidiu-se por ambos. Impasse resolvido, impasse criado: encontrar o desafio para o segundo estilo.
Páginas obscuras do BJCP foram vasculhadas e nada de consenso enquanto crescia um anseio por algo novo e complexo. Estilo livre foi a resposta… que evocou novas questões envolvendo a dificuldade de julgar coisas diferentes. O assunto não se resolvia, cada resposta suscitava nova pergunta, imperava escuridão no fim do túnel até o surgimento da ideia que catalisaria o até então improvável consenso: estilo mineiro!! Mas como assim, o que viria a ser esse estilo?
“Estilo mineiro”? Que trem é esse?
Boa pergunta! Desta vez a resposta estava na ponta da língua: deveria evocar a história e tradição das Gerais, além de utilizar ingredientes típicos da rica culinária mineira. Exigências adicionais estabeleciam o perímetro dentro do qual cervejeiros ávidos por inovação exerceriam sua criatividade: a cerveja deveria se diferenciar de qualquer estilo existente. Claro, para inaugurar um estilo, deveria sobretudo ser algo que se queira e possa repetir.
Os candidatos deveriam apresentar sua cerveja com uma introdução histórica na qual se estabelecia os porquês de sua tipicidade e em seguida, descrevê-la dentro dos moldes e critérios do BJCP. Os juízes avaliariam as candidatas considerando sua originalidade, qualidade e coerência com os preceitos de um novo estilo.
Dez alquimistas se lançaram na busca dessa pedra filosofal e submeteram aos juízes suas criações cujas deliciosas histórias e detalhes podem ser conferidos clicando em seus links. Abaixo, na ordem em que foram degustadas:
Continuar lendo ‘Cerveja de doce de leite? Em Minas tem, uai!’