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Cervejas caseiras das Minas Gerais

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Como já disse Marco Falcone, proprietário da cervejaria Falke Bier, “Belo Horizonte está respirando cerveja!”. Foi pelas mãos do Marcio Rossi, avaliador de mão-cheia no nosso Ranking — o qual veio da capital mineira a Campinas participar do evento PRATOS & BREJAS — que pusemos a afirmação à prova. Na mala, o amigo trouxe algumas produções caseiras das Alterosas, e pelo menos duas delas mereceram destaque. Vamos a elas.

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O homebrewer Humberto Ribeiro é o fundador da fictícia “Companhia Cervejeira Jambreiro” a qual funciona, de fato, na casa dele mesmo, em Nova Lima (MG). No braço e na raça, Ribeiro faz 200 litros mensais da sua Jambreiro LebensKraft, e algumas produções são compradas antes mesmo de iniciadas. O cervejeiro caseiro gosta de dizer que desenvolveu a breja pra agradar a mulher, Aline, que tinha resistência a cervejas não-comerciais. No estilo Kölsch, seguindo a Lei de Pureza alemã, foi utilizado um fermento capaz de “trabalhar” com amplitudes térmicas flexíveis, sem a produção de off-flavors ou ésteres frutados, que reduziriam sua drinkability.

E, de fato, o grande trunfo da LebensKraft — que, em alemão, quer dizer “força vital” — é justamente o prazer que se tem em bebê-la. De coloração alaranjada e certa turbidez, logo de cara se percebe o aroma herbáceo do lúpulo, com sugestões de mel. No sabor, um dulçor peculiar, sobressaindo o biscoito e um leve amargor lupulado. Uma breja deliciosamente equilibrada, que agradou a Aline e o resto da mineirada — ou ao menos os sortudos que conseguiram uma garrafa.

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Já a DuMa Bier Pale Ale foi a primeira cerveja do homebrewer Daniel Motta, há cerca de um ano. Segundo o próprio, levou nada menos do que dezessete horas pra ficar no ponto. Como toda produção caseira, o cervejeiro relata que enfrentou uma penca de contratempos, a ponto de pensar que havia perdido a leva toda. Pra surpresa alegria de Motta (e a nossa), nenhuma tragédia aconteceu, e a breja saiu melhor que o esperado. Em virtude dessa odisséia, Daniel costuma chamar a sua cerveja de “A Encantada”.

Da receita original, a DuMa só mudou o fermento, que antes era o do tipo S-04 e agora é Nottingham. O resultado final é uma pale ale fora de série, diferente e marcante, mas sem abandonar as características do estilo. O creme bege é denso, persistente e consistente, coroando o líquido âmbar translúcido. Ao ser servida, logo se percebe o punch lupulado, através do aroma herbal que se volatiza com facilidade e alcança as narinas como uma comissão de frente de escola de samba. No sabor, a breja acompanha perfeitamente o aroma, com sugestões de biscoito, nozes e um toque amadeirado. O final é longo, seco e levemente tostado, implorando o novo gole.

Excelentes cervejas, que nos fazem revigorar a fé na produção caseira em terras patropis. Se um dia topar com uma delas, não deixe escapar a oportunidade de provar essas deliciosas mineirinhas!



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