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Habemus Oktoberfest!

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O rapaz que aparece no centro da imagem acima, imberbe e pimpão, vem a ser ninguém menos que este escriba, no longínquo ano de 1992, na Oktoberfest de Blumenau (SC). Na época, tínhamos uma espécie de confraria etílica chamada McFly, em referência ao personagem do ator Michael J. Fox na cinessérie De Volta Para o Futuro, que era constantemente espinafrado pelo seu rival Biff, o qual volta e meia perguntava “tem alguém aí, McFly?”, enquanto socava o crânio do primeiro. Sim, caro leitor, este texto falará de nostalgia. Se você espera por dicas atualizadas sobre a festa alemã-blumenauense, pode parar de ler por aqui.

Os McFly cultivavam rituais em relação à Oktoberfest. Um deles, talvez o mais sacro, era o de chegar na festa e beijar juntos, ajoelhados, o “solo sagrado”. Fazíamos isso em meio ao riso dos espectadores do momento, e não estávamos nem aí. Pra nós, a Oktoberfest era mais sagrada do que a primeira comunhão, uma ocasião ansiada durante o ano todo.

Uma ida à Oktoberfest requeria extensa preparação e logística para os McFly. Íamos de excursão e invariavelmente nos apropriávamos do fundão do ônibus, o qual demorava a noite toda para chegar. Sem stress. Cada McFly tinha uma “quota” mínima de uma caixa de latinhas de cerveja, apenas para aproveitar adequadamente a viagem. A bagunça que fazíamos durante o comboio era magicamente incorporada pelos demais integrantes desconhecidos do ônibus, que entravam na festa e viravam nossos amigos instantâneos pelo resto da viagem. As paradas destinavam-se unicamente a adquirir gelo para abastecer o imenso isopor. Farofa total.

Já na festa, nada de copos plásticos. McFly que se prezasse tinha que adquirir já na entrada o seu próprio canecão, de louça, o qual invariavelmente se quebrava no segundo ou terceiro “prosit” coletivo. As histórias se colecionavam e viravam lendas, como aquela vez em que um McFly apropriou-se do chope destinado à banda e acabou apanhando da banda inteira. Ou aquele outro McFly que, em estado lastimável, acabou dormindo por lá mesmo e virou fotografia no jornal local, cuja manchete era algo como “foliões exageram no chope”. A forma pela qual os McFly´s retornavam aos quartos de hotel era sempre um mistério.

Hoje este quase quarentão que vos escreve confronta-se com o rapaz da foto. Eu mesmo não estou bem certo se suportaria o cara da fotografia. Adquiri ao longo do tempo um horror patológico a multidões e a adolescentes ébrios e gritalhões. Não que a Oktoberfest de Blumenau seja feita apenas por esse tipo de personagem (que fui um dia!). Eu é que fiquei velho e chato demais.

Porém, muitas vezes me ponho a relembrar e entoar mentalmente as melodias daquelas polcas alemãs. Junto a isso o cheiro de salsichão com sauerkraut e mostarda escura, mais o desejo de me entupir de chope Eisenbahn, WunderBier, Bierland, e me dá uma saudade que dói.

Este McFly vai voltar. Não nesse ano, mas que eu volto, eu volto.

Pivovar Eggenberg: A cervejaria dos reis da Boêmia

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A minúscula cidade de Ceský Krumlov,  a cerca de 180Km de Praga, na República Tcheca, é uma daquelas jóias medievais pouco conhecidas pelos viajantes. O cristalino rio Vltava capricha no visual, enredando a cidadezinha em cinco caprichosas curvas. Para o pedestre — e não há outra maneira de se conhecer Ceský Krumlov se não for a pé — o efeito é hipnótico. A cada dez minutos de caminhada sempre haverá uma ponte a ser atravessada. O rio, claro, é o mesmo. Emoldurada pelo maravilhoso castelo Krumlovský Zámek, do século XIII, a cidade é, desde 1922, considerada pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade.

A história da cerveja em Ceský Krumlov é tão antiga quanto a própria vila, que até 1555 era dividida em duas, Latrán e Krumlov, que guerreavam entre si pelo privilégio real para fabricar cervejas de trigo. Em 1347, o duque Peter I, da Casa de Rozmberk, adjudicou o direito de abrir a primeira fábrica de cerveja. Mas a verdadeira fundação do que é hoje a Pivovar Eggenberg veio com um descendente seu, Vilém de Rozmberk, o qual mandou construir uma tubulação que buscava água pura das montanhas diretamente para a cervejaria. Diz-se que, a partir de então, metade dos fabulosos rendimentos da família Rozmberk passou a ser proveniente da cerveja.

Mas toda família nobre que se preze tem uma ovelha-negra que, no final, põe tudo a perder. No caso dos Rozmberk foi um certo Petr Vok que, atolado em dívidas,  transferiu em 1611 o solar onde estava instalada a fábrica às mãos do imperador Rudolf, dos Habsburgos. Em 1622, o descendente de Rudolf, Ferdinand II, deu o solar e a fábrica para a família Eggenberg como retribuição pela Casa haver auxiliado o Império com despesas de guerra. A velha pivovar (cervejaria), então, troca seu nome para o da família nobre que agora passava a controlá-la.

Para satisfazer a procura crescente pela cerveja, os Eggenberg decidiram reconstruir, em 1630, o solar de Anna Rozmberk, bem como o adjacente arsenal de Petr Vok, onde até hoje se encontra a cervejaria (veja as fotos abaixo). Em 1719, com a falência da família Eggenberg, o negócio foi transferido para a Casa dos Scwartzemberg, os quais operaram com competência a fábrica sem alterar seu nome. Veio a II Guerra Mundial e, com a ocupação soviética da então Tchecoslováquia, a família foi expropriada de sua amada cervejaria, que foi simplesmente transferida para o Sindicato dos Cervejeiros de Ceské Budejovice, cidade próxima dali. Em 1991, afinal, a companhia americana Dionex Inc. comprou a fábrica e vem controlando-a até hoje.

Este Confrade do BREJAS esteve em Ceský Krumlov e visitou a fábrica da Eggenberg, onde são produzidos alguns elixires no estilo Bohemian Pilsner (BJCP). Destaque para as ótimas Krumlovský Vánocní Lezák, Petr Vok e a deliciosa Tmavi Lezák 11º, essa no estilo Schwarzbier. Abaixo, curta algumas fotos dessa visita:

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Entrada da fábrica

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Antigo solar dos Rozmberk e arsenal de Petr Vok, onde hoje funciona o restaurante da cervejaria.

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Este embevecido escriba do BREJAS, prestes a descobrir alguns dos sabores centenários da Pivovar Eggenberg.

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Descubra mais sobre Ceský Krumlov e Praga, na República Tcheca, na nossa seção Viagem e Cerveja, alocada na aba “O Guia“, no lado esquerdo desta página.

Hofbräuhaus, Munique: Uma cervejaria lendária

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A dica nos foi passada pelo leitor Jailson, que participa da Comunidade BREJAS no Orkut. Trata-se de um vídeo disponibilizado no YouTube que conta, resumidamente, a história da lendária cervejaria Hofbräuhaus, em Munique, na Alemanha. Para assisti-lo, basta clicar na seta abaixo.

BREJAS já esteve por lá, entornando os canecos de 1 litro típicos do lugar. Aproveite e viaje com a gente na nossa seção Viagem e Cerveja, na qual há dicas de lugares imperdíveis para visitar quando o assunto é cerveja. Prosit!



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