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Cervejas em lata X Cervejas em garrafa: Tem diferença?

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Há mais de um ano BREJAS realizou um Teste-Cego de cervejas Pilsen brasileiras (veja o resultado AQUI). As conclusões do Teste são, de longe, o assunto mais comentado deste site desde o seu lançamento.

Tirando os protestos de alguns Torcedores de Rótulos que se incomodaram por não ver a sua breja do coração melhor posicionada, talvez a grande questão levantada pelos leitores foi o fato de termos feito o Teste com cervejas envasadas em latas e em garrafas, indistintamente. Para dirimir o milenar dilema da humanidade — e eterna discussão em mesas de bares ao redor do globo — sobre as diferenças entre as cervejas em lata e em garrafa, BREJAS ouviu um profissional de responsa.

Paulo Schiaveto é mestre-cervejeiro e engenheiro de produção formado, respectivamente, em Louvain-la-Neuve (Bélgica) e na USP. Trabalhou durante mais de dez anos na área de qualidade e estabilidade de sabor de grandes cervejarias. Atualmente, presta consultoria para várias cervejarias no Brasil e no exterior, e é um dos mais respeitados nomes quando o assunto é cerveja.

Em relação às macrocervejarias, Schiaveto ensina que o tempo de maturação para as cervejas em lata, garrafa ou barril é sempre o mesmo. A cerveja engarrafada é um pouco mais carbonatada (de 5% a 10%) do que a de lata ou barril. Uma vez que o material vedante das tampinhas é relativamente mais permeável aos gases, a diferença garante que a breja na garrafa mantenha a sua carbonatação ao longo do prazo de validade. Isso faz com que a cerveja na latinha e o chope sejam levemente mais “suaves” ao paladar.

Na maoiria dos casos, ao contrário do chope, tanto as cervejas em lata quanto em garrafa recebem antioxidantes. Os mais usados são o metabissulfito de sódio ou potássio e o isoascorbato. O mestre diz, contudo, que tais compostos praticamente não alteram o sabor e o aroma das brejas.

A pasteurização das cervejas em lata e em garrafa altera levemente o sabor dos líquidos em relação ao chope, que não necessita passar pela ação. Schiaveto lembra, entretanto, que nos últimos anos o processo de pasteurização vem se modernizando muito, no que tais diferenças vêm diminuindo com o advento de novas técnicas de microfiltração e envasamento asséptico. Alguns processos industriais, inclusive, tornam desnecessária a pasteurização.

À exceção das latas de 5 litros — mais comumente conhecidas como KEG — as quais utilizam ligas de ferro em sua composição e podem deixar a cerveja com sabor metálico ou oxidado, o mestre-cervejeiro diz que a grande maioria das latinhas é feita com material bastante inerte (assim como o vidro das garrafas), com a vantagem de proteger a breja da ação prejudicial da luz. Em qualquer dos casos, as composições químicas tanto das latas quanto das garrafas não altera o sabor da cerveja.

Feitas as explicações, agora é com o leitor do BREJAS. Você sente diferenças entre cervejas de garrafa e de lata? Quais? Comente à vontade esse assunto que pra nós, brejeiros, tem tanta importância quanto falar de futebol, só que sem os pontapés e os pescotapas.

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Resultado do Teste Cego de cervejas BOCK

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Conforme anunciado neste post, BREJAS fez, no sábado, 17, um Teste Cego das cervejas no estilo bock mais facilmente encontráveis no mercado nacional. Sem mais delongas, vamos ao resultado final, com as notas correspondentes (clique no nome de cada breja para ler a avaliação de cada Confrade):
1º – christoffelbock.jpg CHRISTOFFEL BOK – 3,51
2º- latrappebock.jpg LA TRAPPE BOCKBIER – 3,37
3º – bambergbock.jpg BAMBERG BOCK – 3,12
4º – badenbadenbock1.jpg BADEN BADEN BOCK – 2,65
5º – petrabock.jpg PETRA BOCK – 2,09

—————NOTAS—————

  • Este Teste Cego, a exemplo de outros realizados pelos Confrades do BREJAS, foi realizado a partir de amostras oferecidas a cada Confrade (cerca de 200ml por rótulo, uma marca de cada vez). Tivemos absoluto cuidado para que as amostras não fossem identificáveis no momento da degustação. As notas foram dadas seguindo os parâmetros de avaliação adotados pelo BREJAS (veja aqui).
  • Embora anunciada, a cerveja Kaiser Bock não foi encontrada em nenhum ponto de venda de Campinas, pelo que tivemos que excluir o rótulo deste Teste.
  • As cervejas avaliadas neste Teste Cego foram adquiridas e se encontram disponíveis na loja virtual NonoBier.

Tivemos o imenso prazer de contar com dois convidados especialíssimos. Andrea Sacco é o proprietário do Bar do Italiano, o templo campineiro das cerveja especiais, onde foi realizado o teste. Alexandre Correia, o Russo, é o brasileiro campeão de avaliações de cerveja no site americano RateBeer, com mais de 500 brejas avaliadas. Apaixonado, como nós, por cevejas e viagens, a forma mais divertida de apresentar Russo é assistindo a este filme impagável e imperdível, no YouTube. As notas de ambos foram computadas no resultado final deste Teste Cego.Convidamos os leitores a discutir conosco o resultado deste Teste aqui no Blog ou colocando as suas próprias notas e comentários para cada cerveja diretamente no nosso Ranking interativo. Divirta-se!

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Da esq. para a dir.: Ricardo Sangion (BREJAS), Andrea Sacco (bar do Italiano), Alexandre Correia (o Russo), Guilherme Scalzilli, Alexandre Menke, Daniel C. e Mauricio Beltramelli (BREJAS).

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Comparativo de cervejas sem álcool

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Teve Confrade brejeiro que “matou” a tia-avó de quinto grau só pra ter motivo pra não aparecer à degustação. Houve choro, ranger de dentes e muxoxos generalizados. Mas tudo pela ciência: Na semana passada BREJAS fez uma degustação comparativa de oito rótulos das cervejas sem álcool disponíveis nas gôndolas dos supermercados do país, as quais tiveram um crescimento considerável nas vendas a reboque da chamada Lei Seca.

Pra início de conversa, o “sem álcool” dos rótulos é, muitas vezes, balela (neste teste, apenas Liber e Warsteiner disseram em seus rótulos ser totalmente sem álcool). A maioria das brejas possui até 0,37% de teor alcoólico a cada 100 gramas.  Tais cervejas se enquadram no Decreto nº 2.314/97 do Ministério da Agricultura, que regula a matéria, mas sugerimos muita atenção se você estiver ingerindo algum medicamento de uso contínuo ou quer escapar ileso da blitz dos tiras.

Outra questão a considerar, e essa de caráter meramente degustativo, é que a esmagadora maioria das cervejas “sem álcool” possui um gosto pronunciado — e desagradável — de mosto cervejeiro, uma vez que a principal técnica de produção em cervejas do estilo é a interrupção da fermentação em um determinado ponto, antes que a levedura produza maiores quantidades alcoólicas. Entre caretas e expressões de enjôo, vamos às avaliações e notas das brejas:

  • CRYSTAL SEM ÁLCOOL – Clara e com pouco creme. Provoca uma sensação viva na boca, refrescante, mas enjoa logo. Milho e outros cereais não-malteados no sabor. Aroma doce. Sem lúpulo perceptível, a cerveja é desequilibrada no conjunto. No Ranking BREJAS ficou com a nota 1,20.
  • KRONENBIER – Até que surpreendeu. Aroma lupulado mas com toques sulfídricos (ovo), e o sabor é amargo. Carbonatação média, deixa uma sensação de refrescância na boca. No conjunto, transmitiu a impressão bem próxima de uma uma cerveja de verdade, merecendo alguns pontos por isso. Leva nota 1,50.
  • NOVA SCHIN SEM ÁLCOOL – Sabe aquela sopa que se toma quando está de regime? Com abóbora, repolho e chuchu? Esse é o sabor desta breja, doce como doce de batata doce (aqueles com forma de coração). Brincadeiras à parte, notamos muito cereal não-malteado. Seu creme é bonito, branco e denso. Mas ela é doce demais, com final levemente amargo e nada de lúpulo. Nota 1,27.
  • BAVARIA SEM ÁLCOOL – Quase sem creme. Fraco aroma de ferrugem. O sabor também é extremamente fraco, quase inexistente. Uma cerveja que entra em campo pra não jogar. Alguns de nós sentiram levíssima sugestão de cereais não-malteados, com retrogosto de xarope de criança. Por W.O., fica com a nota 1,10.
  • WARSTEINER PREMIUM FRESH – Desequilibrada, com excessiva presença de mosto de malte. Na degustação com os confrades, encontramos até doce de batata doce no sabor. Nada de lúpulo para quebrar um pouco os excessos. O final é levemente salgado. Nota 1,10.
  • ITAIPAVA SEM ÁLCOOL – O creme é bonito e duradouro, com bolhas pequenas. Mas as boas notícias páram por aí. No aroma e no paladar, é bastante desagradável. Melhor parar por aqui e dar a nota 0,90.
  • LIBER – A única que apresenta creme denso e de pouca duração. Tem um sabor leve e estranho de fruta passada parecido com fruta do conde (ou, para alguns de nós, de piña colada). Seu aroma é cítrico e sem lúpulo. Percebe-se um malte, mas de uma maneira pouco agradável. Leva nota 0,85, a menor do comparativo.
  • ERDINGER WEISSBIER ALKOHOLFREI – Bom creme denso e consistente. Aroma de malte, assim como o sabor, aliado a um amargor que equilibra bem o conjunto. Suave, sem retrogosto pesado. Faltam o lúpulo e principalmente o trigo, que seria de se esperar de cervejas do estilo, mas foi a breja que mais agradou (ou, melhor dizendo, a que menos desagradou) os Confrades do BREJAS, obtendo a nota 1,67, a maior do teste.

Ufa! Essa é para o mundo reconhecer os sacrifícios que fazemos em prol dos leitores do BREJAS! Agora que o trabalho sujo está feito, é a sua vez de comentar à vontade.

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